17.4.08

07 a.m.

o ar fresco na cara.
a pressa nos rostos
os primeiros raios de sol
as crianças que riem.correm.saltam.cheias de energia depois duma noite de sono renovador
os auscultadores nos ouvidos
os fatos
as mochilas de computador
as carteiras da cor dos sapatos
as malas de viagem
as mulheres à procura dum espelho.no vidro do metro.do autocarro.do tram.do comboio.a confirmarem a maquilhagem.o penteado.a indumentária
os olhares pensativos.solitários.consternados.ensonados.de quem reflecte no passado.no presente.no que tem a fazer.no que acaba de perceber que esqueceu.
os jornais
os livros.de bolso.de capa dura.de mil e uma páginas.de palavras cruzadas.
os sons ritmados.dos passos.do picar dos bilhetes.das lojas a abrirem.dos isqueiros.das carteiras.dos espirros.do bater das portas
os mesmos gestos de todos os outros dias.repetidos.segundo uma ordem especifica.quase inconscientes.necessários.indiferentes
e
poucas palavras
poucos sorrisos
pouca comunicação
entre os diferentes ritmos.entre as centenas de vidas
que se cruzam
que se parecem
que não se conhecem
que não param
que passam
que correm
que se ignoram
que se afastam
que se sucedem

o novo dia
que a cidade recebe
que o sol começa a dourar.a colorir
que a brisa embala.purifica.
que o céu azul promete enxuto.surpreendente.desconhecido.incontrolável. volúvel.cheio.imprevisível.irrepetível

na ida
tudo está por descobrir.por aprender.por conquistar.por viver

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